sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Vinho de umbu é alternativa para produtores do Semiárido

Bebida pode potencializar ganhos de agricultores familiares


Um novo produto vai agregar mais valor à produção nacional de umbu: o vinho. A fruta é encontrada principalmente no Semiárido da Bahia, mas sabendo-se que no RN existe muitos umbuzeiros e principalmente na região Seridó do estado e que geralmente o aproveitamento ainda é bastante pequeno e aliada a nova alternativa irá agregar valor ao fruto do umbuzeiro.

Atualmente, grande parte do umbu é comercializada in natura ou como polpa, com pequena parcela destinada à fabricação de doces e geléias. De acordo com o engenheiro de alimentos Breno de Paulo, que está desenvolvendo a pesquisa na Universidade Federal da Bahia (Ufba), com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agroindústria de Alimentos, o objetivo é dar mais opção de agregação de valor ao fruto.

Na região semiárida brasileira já existe a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), em Uauá, BA, que reúne cerca de 140 produtores e comercializa produtos da Caatinga inclusive para o exterior, liderados pelo umbu. O vinho fermentado da fruta seria mais uma opção para comercialização na região.

Todos os testes com o produto já foram realizados na unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Vassouras, RJ. Para melhorar ainda mais o vinho, Breno de Paulo disse que são necessários apenas ajustes finos. “O produto em si já está desenvolvido”, diz o pesquisador.
 Técnica de produção

O método de fabricação do vinho de umbu não é muito diferente da produção do vinho convencional. “A única coisa que difere um pouco é o tratamento final, que é a microfiltração, para deixar o vinho mais límpido e eliminar um pouco a turbidez”, afirma de Paulo.

Segundo ele, com apenas um quilo de umbu dá para fabricar três ou quatro litros do vinho, que pode ser vendido ao preço médio de R$ 8 a R$ 10 a garrafa. “Então, com um quilo de umbu o rendimento seria de R$ 30 a R$ 40. Para ter esse rendimento vendendo o fruto, teria que vender 8 sacas de 60 quilos. A lucratividade é bem maior”, contou.

Apenas 1% do umbu produzido na Bahia é comercializado ou industrializado. Os restantes 99% se perdem. “Tem um potencial para crescer industrialmente muito grande. Falta investimento."

Com a finalização da pesquisa, o próximo passo será a elaboração de estudos mais detalhados sobre a viabilidade econômica do novo produto, para dimensionar o retorno do investimento a ser feito. A parceria da Ufba com o Senai, a Embrapa Agroindústria de Alimentos e as cooperativas locais também deverá ser reforçada, com o objetivo de desenvolver novos produtos a partir do umbu.

Fonte: Globo Rural e do Blog

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