quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Setor rural aponta maior procura por madeira tratada

Quando falamos nos requisitos técnicos e industriais de tratamento de madeira, durabilidade e normas de legislação são levadas em conta
          A produção nacional de mourões, há dez anos, representava 15% a 20% do volume total de madeira tratada anualmente no Brasil. Esse percentual subiu para 65% do volume total de madeira tratada por ano. São 20 milhões de mourões produzidos em Usinas de Tratamento – o equivalente para construir com folga, todos os anos, uma cerca dando a volta ao redor do nosso planeta [que tem uma circunferência meridional de cerca de 40 mil quilômetros].
         Os produtores rurais fabricantes de mourões de madeira tratada em todas as regiões do país, visualizam crescimento no setor, justamente pela qualidade apresentada. Não devemos esquecer que a madeira cultivada e tratada desempenha um papel ambiental importante, o qual substitui espécies nativas de difícil reposição, tanto pela natureza como pela silvicultura.
         A principal matéria-prima utilizada para a fabricação de mourões é o eucalipto, que possui ótimas características. Além de ser uma espécie de ciclo curto cultivada em reflorestamentos, apresenta durabilidade para o trabalho a qual está empregada, influenciando o meio sustentável, pois é sequestradora de carbono responsável pelo chamado efeito estufa, ou aquecimento global, com trágicas consequências inclusive no campo.
Madeira de eucalipto tratada nas Usinas de Preservação de Madeira (UPMs) tem um desempenho equivalente ao das melhores árvores nativas, tanto na fabricação de mourões, quanto na de equipamentos rurais como galpões ou estábulos, entre outros itens. Vale ressaltar, que todos esses processos de tratamento, credenciam o setor industrial.
        A ABPM é contra os chamados tratamentos caseiros para madeira, muitas vezes distribuídos especialmente para a produção local de mourões. Para o produtor de cultivo local de eucalipto, a ideia pode parecer boa, por ser econômica à primeira vista - aqui mora o engano – pois, o tratamento de madeira é realizado com produtos químicos, cuja manipulação exige rigor técnico e condições laboratoriais adequadas.
Estes quesitos estão presentes nos laboratórios de universidades e centros de pesquisa, mas distantes do produtor rural em seu ambiente de trabalho. Mesmo reconhecendo que do ponto de vista conceitual os métodos caseiros de tratamento de madeiras são eficientes, os aspectos para se produzir madeira tratada de qualidade como controle de umidade das peças, ajustes de concentrações de princípios ativos, tempos de imersão, controle de penetração dos agentes, segurança ambiental e aspectos relacionados à segurança operacional, que estão presentes no produto industrializado e que podem ser cobrados pelo consumidor, estão simplesmente fora da realidade no tratamento caseiro.
     A ABPM reúne cerca de 40% das UPMs tratadoras de madeira em todo o território nacional. Orienta gratuitamente os usuários em seu site na Internet (www.abpm.com.br) para identificar a usina mais próxima de sua região para efetuar consultas.
Entre as maiores vantagens da opção pelo mourão e outras peças de madeira tratada industrialmente, destaca-se a segurança de comprar produto de uma unidade industrial licenciada, com registro legal no Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Há controle de todas as operações, da matéria-prima colhida ao tratamento, de acordo com norma brasileira 9480 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e consagradas internacionalmente.
      A obediência ao ritual técnico e à segurança ambiental no tratamento é mais uma garantia no tocante à qualidade. Eles asseguram a melhor relação custo/benéfico com bom desempenho e elevada durabilidade. Finalmente, a ABPM disponibiliza, através de convênio que mantém com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) há mais de 25 anos testes que permitem aferir a qualidade do tratamento. Atualmente, a ABPM prepara a aplicação de um “Selo de Qualificação” exclusivo para diferenciar os bons tratadores de madeira, que respondem publicamente pelo seu produto.

Artigo de:
Flavio C. Geraldo
Diretor da ABPM - Associação Brasileira de Preservadores de Madeira

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