domingo, 5 de dezembro de 2010

Contag faz avaliação dos seis anos do Plano Nacional de Biodiesel


A evolução da agricultura familiar no Plano Nacional de Biodiesel foi um dos temas de destaque no 4º Fórum de Debates do Blog brasilianas.org, do jornalista Luis Nassif, em São Paulo. Na ocasião, representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Embrapa Biodiesel apresentaram dados que mostram o avanço do programa e a inclusão da agricultura familiar. Atualmente, 109 mil famílias estão envolvidas nesta atividade e a expectativa do governo é que esse número salte para 570 mil famílias até 2020.
Os dados também indicam que 20% da matéria-prima para fabricação de biodiesel no Brasil vêm da agricultura familiar. Porém, apesar do avanço, o secretário de Política Agrícola da Contag, Antoninho Rovaris, alerta para outros pontos que devem ser fortalecidos. “Existe uma evolução bastante interessante com relação à gordura animal e ao algodão, que há três anos era pouco usado. Porém é preciso aumentar a participação de outras oleaginosas para aumentar essa cesta de ofertas”.
O dirigente também chama a atenção para a necessidade de se aprimorar alguns aspectos do plano. “Hoje, temos uma assistência técnica melhor, porém, ainda falta o insumo fundamental dentro desse processo que é uma política pública de recuperação de solo e de sementes certificadas para aumentar o volume de outras oleaginosas”, afirma Rovaris.
O sindicalista comenta, ainda, a proposta de alteração da porcentagem de biodiesel no diesel apresentada pelas indústrias. “Nós só admitiríamos algum tipo de aumento que garanta a diversificação da cadeia. As indústrias estão com esse pleito em função da capacidade instalada e o aumento de 3 para 5% já foi para atender a necessidade delas indústrias e não da agricultura familiar”, sustenta.
O objetivo inicial do Plano Nacional de Biodiesel era expandir a produção, incentivar a diversificação de cultivares e promover inclusão social a partir da agricultura familiar. Porém, passados seis anos, a diversificação de cultivares ainda é pequena. A soja continua sendo o carro-chefe, que atende 81% da demanda, seguida da gordura animal, com 15,6%, e o algodão, com apenas 3,6%. A Embrapa Biodiesel também revela que o país produz atualmente 2,3 bilhões de litros de biodiesel por ano.
 

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